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[Quadrinho] Regeneración - Jornal independente de luta - PDF
domingo 7 de dezembro de 2025, por (CC by-nc-sa)
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A primeira edição do semanário Regeneración foi publicada na Cidade do México em 7 de agosto de 1900. Esse título, inicialmente publicado na capital mexicana (1900-1901), migrou para os Estados Unidos, de San Antonio (1904-1905) para Saint Louis (1905-1906) e Los Angeles (1910-1918). Esse jornal teve um papel importante na queda do regime do ditador Porfirio Díaz. Órgão dos libertários do Partido Liberal Mexicano desde 1905, o Regeneración é o principal instrumento de orquestração do movimento anarquista mexicano. Por meio de artigos, poesias, histórias e obras teatrais, seus editores espalharam ideias libertárias por todo o México até março de 1918. Desde fevereiro de 2021, Regeneraciòn, que se tornou o órgão da Federação Anarquista Mexicana, volta a ser publicado regularmente.
Depois de participar de uma manifestação contra a ditadura de Porfirio Díaz, Ricardo Flores Magón foi condenado, em 16 de maio de 1892, a cinco meses de prisão, quando ainda não tinha 19 anos. Admitido na Ordem dos Advogados em 1895, suas atividades políticas levaram à sua expulsão da Escola Nacional de Jurisprudência em 1898.
Ricardo e seu irmão Jesús fundam o jornal Regeneración. O primeiro número foi publicado em 7 de agosto de 1900. Os escritos dos teóricos Bakunin, Kropotkin, Malatesta e Jean Grave fizeram com que sua posição ideológica evoluísse. O jornal puramente legalista Regeneración tornou-se um “jornal independente de combate”.
Durante o primeiro Congresso dos Clubes Liberais, realizado em 5 de fevereiro de 1901 em San Luis Potosí, os delegados criticam a influência da Igreja.
Na assembleia, Ricardo conhece Librado Rivera. Ao tomar a palavra, Ricardo Flores Magón, representante do Comitê dos Estudantes Liberais de San Luis Potosí, denuncia os abusos do poder autoritário de Porfirio Díaz.
Ricardo e Jesús Magón são presos em 22 de maio de 1901. Acusados de insultar o presidente, são condenados a 12 meses de prisão em Belém. Jesús abandona a luta...
Com a ajuda de seu irmão Enrique, Ricardo publicará clandestinamente Regeneración até outubro de 1901. Por motivos de segurança, ele será obrigado a parar.
Apoiado pelos militantes liberais Santiago de la Hoz e Juan Sarabia, Ricardo Flores Magón retomará El Hijo del Ahuizote, o jornal satírico anti-Díaz de Daniel Cabrera.
As prisões e penas de prisão se sucedem contra os militantes liberais.
Em 9 de junho de 1903, a Suprema Corte do México decreta a “proibição” dos escritos de Ricardo Flores Magón, que foge para os Estados Unidos.
Muitos militantes acompanham Ricardo e Enrique Magón aos Estados Unidos. Os irmãos Sarabia contribuem para Regeneración, que reaparece em 5 de novembro de 1904 em San Antonio.
Graças ao apoio do sindicato revolucionário Western Federation of Miners (IWW), milhares de exemplares de Regeneración desafiam Porfirio Díaz, circulando clandestinamente no México.
Devido à perseguição dos agentes de Porfirio Díaz, a equipe de Regeneración se muda em fevereiro de 1905 para Saint-Louis. Librado Rivera se junta à redação do jornal.
A Junta Organizadora do Partido Liberal Mexicano (PLM) é fundada em 28 de setembro de 1905. Os membros do Comitê Organizador são Librado Rivera, Manuel Sarabia, Rosalío Bustamante, Enrique Flores Magón (tesoureiro), Antonio I. Villareal (secretário), Juan Sarabia (vice-presidente) e Ricardo Flores Magón (presidente).
Com o apoio das autoridades norte-americanas, os espiões de Porfirio Díaz perseguem os magonistas. Os detetives da agência Pinkerton invadem as instalações do jornal em 12 de outubro de 1905. Ricardo, Enrique e Juan são presos. Graças ao dinheiro arrecadado junto a seus simpatizantes no México e nos Estados Unidos, eles são libertados sob fiança.
Regeneración volta a ser publicado em 1º de fevereiro de 1906, editado por Librado Rivera, Antonio Villarreal e Manuel Sarabia. Temendo que Díaz consiga sua extradição dos Estados Unidos, os irmãos Flores Magón e Juan Sarabia fogem em 20 de março de 1906 para o Canadá, primeiro para Toronto e depois para Montreal.
São criados clubes liberais: o “Club Humanidad”, organizado por Manuel Diéguez e Esteban Baca Calderón, e o “Club Liberal de Cananea”, fundado por Enrique Bermúdez e Lázaro Gutiérrez de Lara. Apoiados pela IWW, os militantes do PLM distribuem Regeneración em Cananea, o centro de mineração de cobre mais importante do México.
Uma greve dos mineiros eclode em 1º de junho de 1906 em Cananea, que dura até 4 de junho. O exército mexicano intervem no conflito, apoiado por 275 voluntários americanos. Essa repressão mortal mata dezenas de mineiros, e os feridos são ainda mais numerosos. Outros grevistas são presos. Militantes do PLM, enviados para a prisão em San Juan de Ulúa, só são libertados durante a revolução de maio de 1911. Em sua edição de 15 de junho de 1906, Regeneración responsabiliza Díaz pelos massacres.
Através de Regeneración, estabelece-se uma troca de pontos de vista entre a Junta exilada nos Estados Unidos e os clubes liberais do México. Pontos da política comum são modificados. Um mês após a greve de Cananea, o Programa-Manifesto do Partido Liberal Mexicano é publicado em Regeneración em 1º de julho de 1906. Uma passagem importante estabelece “A questão do trabalho”.
Antes da destruição das instalações do jornal pela polícia norte-americana, o último número de Regeneración é publicado em 1º de agosto de 1906. O governo mexicano se dedica à caça aos liberais, com a ajuda das autoridades americanas, o que provoca novas ondas de prisões.
Os membros do PLM preparam uma insurreição armada no México. Todas as tentativas insurrecionais da Junta fracassam: em Jimenez, no estado de Coahuila, em Acayucan, no estado de Veracruz, e em Camargo, no estado de Tamaupilas.
Ricardo foge nos Estados Unidos. Sua cabeça é colocada a prêmio por 25 mil dólares. Na clandestinidade, em 1º de junho de 1907, A Revolución será publicado em Los Angeles (Califórnia), editado por Ricardo e Villarreal. Librado se juntará a eles em 16 de junho de 1907.
Apesar das prisões, encarceramentos e julgamentos, os militantes do PLM continuam a editar A Revolución. O jornal publica um “Manifesto ao povo americano” em 18 de janeiro de 1908. Redigido por Ricardo, Librado, Villarreal e de Lara, este texto explica os motivos pelos quais os membros do Partido Liberal são perseguidos, tanto no México como nos Estados Unidos. Em fevereiro, o “Manifesto ao povo americano” é reproduzido por vários jornais socialistas, incluindo o Mother Earth, de Emma Goldman. Antes de ser proibido, A Revolución lança sua última edição em 1º de março de 1908.
Durante o ano de 1903, o indígena Mayo Fernando Polamarez já havia liderado a luta dos mineiros de Cananea por melhores condições de trabalho. Como resultado, Ricardo Flores Magón o designa, em 1905, para a concertação dos Mayos e Yaquis no norte do México. Em maio de 1908, para suceder à Revolución, Fernando Palomarez cria Libertad y Trabajo, título destinado aos hispânicos da IWW e aos membros do PLM. Durante a revolta de junho de 1908 do PLM no México, Fernando Palomarez, propagandista da IWW e do PLM, abandona o jornal e organiza a revolta dos índios Yaquis em Sonora antes de ser preso.
Insurreições organizadas pelo PLM ocorram no México, nos estados de Coahuila, Tamaupilae, Chihuahua, Baixa Califórnia, Veracruz, Tlaxcala e Sonora.
Ricardo, Librado e Villarreal são presos em 23 de agosto de 1907, julgados em 14 de maio de 1909 e condenados por violação das leis de neutralidade, sendo libertados em 3 de agosto de 1910.
Ricardo e seus companheiros são recebidos em Los Angeles em 5 de agosto de 1910 por seus amigos e simpatizantes, que realizam uma reunião em sua homenagem.
A quarta reedição de Regeneración é publicada em 3 de setembro de 1910 em Los Angeles. A equipe editorial é composta por Ricardo, Librado, Villarreal, Gutiérrez de Lara, Amselmo L. Figueroa, Enrique Flores Magón, Práxedis Gilberto Guerrero e o velho anarquista alemão Alfred G. Sanftleben, que se torna redator de uma página em inglês inserida no jornal.
Durante o encarceramento de Ricardo Flores Magón, os propagandistas Práxedis Guerrero e Enrique Flores Magón mantêm a luta armada do PLM. Em setembro de 1910, Práxedis relata em Regeneración suas ações revolucionárias: as de 1908, ano das incursões dos guerrilheiros libertários nas cidades de Las Vacas, Viesca e Palomas, onde seu companheiro Francisco Manrique foi morto.
Em 1º de outubro de 1910, na primeira página de Regeneración, Ricardo escreve: “A terra! gritava Bakunin, a terra! gritava Ferrer, a terra! grita a Revolução mexicana”. Ele também declara: “Não luto por um cargo no governo. Recebi propostas de muitos maderistas de boa-fé — pois há muitos, e em número bastante grande — para que eu aceitasse um cargo no chamado Governo “provisório”, e o cargo que me oferecem é o de vice-presidente da República. Antes de tudo, devo dizer que os governos me repugnam. [...] Nesta revolução, aquela que estamos contemplando e aquela que estamos tentando fomentar, devemos tirar a terra dos ricos”.
O PLM tinha previsto pegar em armas a 16 de setembro de 1910. A decisão final foi esperar para desencadear a insurreição a 20 de novembro. O ataque deveria ser conjunto com os maderistas para derrubar a ditadura de Porfirio Díaz.
Em 30 de dezembro, Práxedis é morto durante o ataque de seu grupo na cidade de Janos (Chihuahua).
Alfred G. Sanftleben deixa a redação da página em inglês de Regeneración em 31 de dezembro de 1910, sendo substituído por Ethel Duffy Turner. Seu marido, John Kenneth Turner, havia publicado uma série de artigos reunidos em um livro intitulado Barbarous Mexico. Esta obra descreve as práticas escravocratas nas plantações mexicanas que levaram aos massacres dos indígenas Yaquis.
As forças do PLM, lideradas por Simón Berthold e José Maria Leyva, tomam a cidade de Mexicali em 29 de janeiro de 1911. Nessa data, o Partido Liberal Mexicano ocupa os estados de Sonora, Tlaxcala, Veracruz, Oaxaca, Morelos, Durango e Chihuahua.
Em 5 de fevereiro, Guadalupe (Chihuahua) é tomada pela coluna liberal de Prisciliano G. Silva.
Francisco Madero manda prender, em 16 de fevereiro, Prisciliano G. Silva, que se recusava a declará-lo “Presidente Provisório”. Um ato autoritário é seguido pelo desarmamento dos soldados do PLM que não querem reconhecer Francisco Madero como “Presidente Provisório”. Mais tarde, eles serão vítimas de uma purga em massa.
Em seu editorial de Regeneración de 25 de fevereiro, Ricardo denuncia Madero como traidor da causa da liberdade. Villarreal se junta a Madero. A divisão da revolução entre os libertários e os partidários do “Presidente Provisório” é efetiva.
Liderados por Luis Rodriguez, vinte combatentes liberais tomam a cidade de Tecate em 12 de março de 1911. Antonio P. de Araujo é libertado da prisão em abril de 1911. Designado representante da Junta, ele parte para a Baixa Califórnia para se juntar às forças insurgentes do PLM e dos IWW em Mexicali.
A Junta do Partido Liberal Mexicano publica em 8 de abril, em Regeneración, um “Manifesto aos Trabalhadores do Mundo”, texto que também será publicado em brochuras em inglês.
Sobre a revolução, a posição do Partido Liberal Mexicano é expressa com veemência:
“O Partido Liberal Mexicano não luta para destruir a ditadura de Porfirio Díaz para colocar outro tirano em seu lugar. O Partido Liberal Mexicano participa da atual insurreição com a firme e determinada intenção de expropriar as terras e os meios de produção para colocá-los nas mãos do povo, ou seja, de todos os habitantes do México, sem distinção de sexo. Consideramos isso essencial para destruir as barreiras que impedem a verdadeira emancipação do povo mexicano (...)”.
O anarquista inglês William C. Owen substitui Ethel Duffy Turner na coluna inglesa de Regeneración em 15 de abril. Esta página é vital para os militantes dos IWW. Antonio P. de Araujo relata em Regeneración o sangue derramado pelos insurgentes dos IWW da Baixa Califórnia. O apoio internacional é fundamental para a continuação da luta. A tiragem semanal do jornal é de cerca de 27.000 exemplares.
Tijuana é tomada pelas forças do Partido Liberal Mexicano em 8 de maio de 1911. A maior parte da Baixa Califórnia está sob controle liberal. A junta lança um apelo para imigrar para a Baixa Califórnia a fim de “colocar em prática os ideais redentores do Partido Liberal Mexicano” e “levar uma vida livre e feliz, sem senhores e sem tiranos”.
Porfirio Díaz renuncia em 25 de maio de 1911. Os Estados Unidos dão apoio factual ao partido de Francisco Madero. Este, em 6 de junho de 1911, envia tropas à Baixa Califórnia a bordo de trens americanos para esmagar a insurreição liberal. Ricardo Flores Magón recusa um tratado de paz: “Enquanto as terras não forem distribuídas aos camponeses e os meios de produção não estiverem nas mãos dos trabalhadores, os liberais nunca deporão as armas”.
Ricardo, Enrique, Librado e Anselmo L. Figueroa são presos em 14 de junho de 1911, nas instalações de Regeneración. Todos os documentos e materiais são apreendidos. Eles são acusados de violação das leis de neutralidade dos Estados Unidos.
Mexicali é ocupada pelas tropas maderistas em 18 de junho, Tijuana se rende em 22 de junho de 1911. A tentativa insurrecional do PLM na Baixa Califórnia fracassa.
Ricardo Flores Magón é libertado sob fiança em 23 de junho de 1911. Grupos do PLM retomam suas atividades nos estados de Durango e Coahuila.
Um Partido Liberal Mexicano “reconstituído” é formado na Cidade do México. Seu jornal, editado por Juan Sarabia e Antonio I. Villarreal, chama-se Regeneración.
A Junta publica uma proclamação em 23 de setembro de 1911 denunciando o clero, a autoridade e o capital. Esse manifesto com o slogan “Terra e Liberdade” substituirá o programa do PLM de 1906. O texto é assinado por Ricardo e Enrique Flores Magón, Anselmo L. Figueroa e Librado Rivera.
Em 30 de setembro, Regeneración aparece com um “botão” no qual está desenhado um homem carregando a bandeira vermelha com o lema dos liberais mexicanos “Terra e Liberdade”. Este emblema é vendido para financiar o semanário. A tiragem de 21.000 exemplares não pode ser atingida, e a meta será reduzida para 13.000. Enfraquecido, o PLM continua, no entanto, influente no sindicato revolucionário norte-americano IWW e entre os índios Yaquis de Sonora.
Francisco Madero é eleito presidente em 11 de outubro de 1911. Muito rapidamente, esse novo poder decepciona as expectativas dos trabalhadores mexicanos. Antigos apoiadores de Madero, como Emiliano Zapata, se revoltam para exigir reformas agrárias imediatas.
Os serviços secretos mexicanos colaboram estreitamente com os Texas Rangers. Ao tentarem organizar um exército liberal, “Los Abanderados Rojos”, Fernando Palomarez e seus companheiros são presos em El Paso, em 2 de dezembro de 1911, pelos Texas Rangers. A justiça americana condena Fernando Palomarez a treze meses de prisão por violação das leis de neutralidade. Retomando o lema “Tierra y Libertad” do PLM, os índios Yaquis reconquistam as terras do Vale Yaqui, conhecido como Sonora, para praticar o trabalho agrícola coletivo. Os grupos liberais retomam suas atividades em março de 1912, nos estados de Coahuila, Tamaulipas, Baixa Califórnia e Sonora.
Além disso, em março de 1912, a imprensa anarquista europeia se interessa pela situação mexicana. Os jornais Le Libertaire e Freedom apoiam entusiasticamente a Junta, publicando artigos favoráveis. Por outro lado, em Les Temps Nouveaux, de Jean Grave, o Partido Liberal Mexicano e Ricardo são atacados por um certo R. Froment, que os acusa de não serem anarquistas, sendo a revolução social mexicana uma quimera cerebral. William C. Owen, Ricardo e Enrique Flores Magón respondem a esse ataque publicando uma carta aberta a Jean Grave em Regeneración. Pierre Kropotkine encerra essa polêmica defendendo os membros do PLM por meio de um aviso publicado em Les Temps Nouveaux... e das desculpas de Jean Grave.
Durante o julgamento da Junta, de 4 a 25 de junho de 1912, Lucille Norman Guidero, nora de Ricardo, acompanhada por Mercedes Figueroa, filha de Anselmo, recebe as honras da imprensa de Los Angeles. As duas mulheres intervêm durante o processo judicial. Elas vaiam as testemunhas de acusação, denunciam esses perjuros, traidores pagos pela acusação, esses traidores que querem evitar a prisão. Ao anúncio da sentença, María Talavera Broussé, companheira de Ricardo, organiza uma grande manifestação de simpatizantes do PLM em frente ao tribunal. Esta importante contestação é violentamente dispersada.
No final desse julgamento simulado, cada membro da Junta é condenado a 20 meses de internação na prisão de Mc Neil Island, nos EUA, por violação das leis de neutralidade.
Durante o encarceramento dos membros da Junta, Regeneración será composta por Antonio de P. Araujo, Blas Lara, Teodoro Gaitan, Alberto Téllez, Juan Rincon, Trinidad Villarreal e William C. Owen.
No México, o anarquista colombiano Juan Francisco Moncaleano apoia a ação dos magonistas com um artigo publicado no jornal libertário Luz! em 5 de agosto de 1912. Sua corajosa posição o leva a ser expulso em setembro de 1912.
Os enviados especiais da junta, Jesús María Rangel e José Guerre, encontram-se com os zapatistas em fevereiro de 1913. É mencionada a publicação de Regeneración no seu território de Morelos.
O presidente Francisco Madero é assassinado na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1913, por ordem do general Victoriano Huerta, que assume o poder. Os combatentes do PLM atacam a nova ditadura. Liderada por Viciento Salazar, uma coluna do PLM toma a cidade de Panuco em 8 de maio de 1913.
Em 13 de setembro de 1913, uma briga eclode na fronteira. Para entrar no México, liderados por Jesús Maria Rangel e Charles Cline, quatorze voluntários armados tentam forçar o posto fronteiriço americano. O xerife local e dois beligerantes mexicanos são mortos, um deles Juan Rincon, redator de Regeneración. Capturados, os membros do grupo são mantidos em segredo durante o julgamento. Todos são condenados. Jesús Maria Rangel recebeu uma pena de 99 anos de reclusão, dois combatentes são assassinados na prisão: Eugenio Alzalde e Lucio R. Ortiz.
Os grupos do PLM são ativos em Sonora em maio de 1914. Os índios Yaquis e Juan F. Montero controlam várias cidades entre os rios Yaqui e Mayo. Grupos do PLM lutam pela democracia nos estados de Durango, Chihuahua, San Luis Potosí, Zacatecas, Michoacán, Guanajuato, Guerrero, Jalisco e no distrito federal do México. Todos esses estados tentam experiências de expropriação dos ricos, para a apropriação das terras pelos camponeses.
Abandonado pelos Estados Unidos, Victoriano Huerta renunciará à presidência em 15 de julho de 1914. Para apoiar a classe operária mexicana em luta, a Junta quer publicar um apelo aos trabalhadores dos Estados Unidos em 17 de novembro de 1914. Como o jornal Regeneración tinha sido suspenso por motivos financeiros, a carta aberta é publicada em 6 de março de 1915, antes de uma nova interrupção do jornal. Em janeiro de 1915, Ricardo, Enrique, Librado e Anselmo são libertados da prisão.
Nos subúrbios rurais de Los Angeles, Ricardo, Enrique, Librado e suas famílias alugam uma pequena fazenda em Edenciale. As instalações de Regeneración ficarão localizadas em um celeiro.
Como companheiros, eles trabalham a terra e vivem em comunidade. Em 2 de outubro de 1915, Regeneración reaparece. O número 1 presta homenagem a Anselmo L. Figueroa, morto em 14 de junho de 1915 em Palomas, em consequência de sua prisão. Na véspera de sua morte, ele distribuía panfletos do PLM nas ruas.
O presidente mexicano José Venustiano Carranza é reconhecido pelo governo americano em outubro de 1915. Ricardo e Enrique são presos em sua casa em 18 de fevereiro de 1916. As autoridades postais americanas os acusam de enviar material incitando “ao assassinato, ao incêndio criminoso e à traição”. Em um dos artigos citados pelos americanos, Ricardo exorta os soldados combatentes do exército constitucional a não entregarem suas armas e a mantê-las, se necessário, para usá-las contra seus oficiais. Ricardo e Enrique são libertados no final de junho sob fiança. Em 26 de agosto de 1916, Ricardo escreve em Regeneración o artigo “Carranza tira sua máscara...”.
Em 1917, Ricardo, Enrique e Librado dirigem e mantêm a publicação de Regeneración, mas de forma irregular. O estado de saúde de Ricardo obriga-o a parar de escrever por um tempo.
Regeneración continua a ser publicado, mas o número de leitores diminui em fevereiro de 1918. Há muitas saídas. Devido a divergências de opinião, Enrique se vai. A equipe editorial é composta por Ricardo, María Brousse e Librado.
“Os camaradas que partiram não vão abandonar a luta pelos nossos queridos ideais anarquistas”, escreve Ricardo. Sua nora, Lucille Norman, que deveria assumir a direção da seção inglesa de Regeneración, adoece.
Em 16 de março de 1918, Ricardo Flores Magón e Librado Rivera assinam em Regeneración o “Manifesto aos anarquistas do mundo e aos trabalhadores em geral”. Essa foi a última edição de Regeneración. Para eles, a revolução social está próxima, todos os anarquistas têm o dever de trabalhar para isso com todas as suas forças e possibilidades. Sua retórica “derrotista” lhes rende uma acusação por “sabotagem do esforço de guerra nos Estados Unidos” em 21 de março de 1918.
Quando o julgamento começa, o presidente do tribunal dirige-se ao júri com estas palavras: “As atividades desses homens foram uma violação constante da lei, de todas as leis. Eles violaram tanto a lei de Deus quanto a dos homens”. Ricardo Flores Magón e Librado Rivera são condenados por sedição em 15 de agosto de 1918, a 20 e 15 anos de prisão, respectivamente. Encarcerado na penitenciária de Mc Neil Island, em Washington, e depois transferido para Leavenworth, no Kansas, Ricardo é encontrado morto em sua cela em 21 de novembro de 1922. Para Librado Rivera, ele foi assassinado.
Os anarquistas mexicanos tentaram ressuscitar Regeneración. Em abril de 1937, o militante magonista Efrén Castrejón Marín (1895-1971) publicou, com o subtítulo “periódico libertário”, uma nova versão de Regeneración em apoio à revolução republicana espanhola. O título desaparece após 15 edições em 1938. Regeneración se tornará o órgão da Federação Anarquista Mexicana em 1941.
| Giuseppe Pinelli - A morte de um ferroviário anarquista - [PDF] |
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